Debate sobre o futuro da região organizado pelo Fórum Amazônia Sustentável em Belém reuniu políticos, empresários e lideranças locais
A Amazônia é uma das regiões mais ricas em recursos naturais e ao mesmo tempo tem alguns dos piores indicativos sociais do Brasil. Na região, vivem cerca de 25 milhões e pessoas, das quais 38% vivem na linha da pobreza; 22% desse total têm apenas dois reais de renda por dia. Isso significa que ser exportadora de matérias primas e abrigar algumas das maiores empresas do mundo não conduz necessariamente a região a um nível de desenvolvimento social satisfatório. Mas isso parece estar mudando.
Estamos entrando em um novo ciclo econômico, afirmou o pesquisador do Imazon, Adalberto Veríssimo, um dos coordenadores do Fórum Amazônia Sustentável, que promove até esta sexta-feira em Belém um debate sobre Riscos e Oportunidades para a Amazônia na próxima década. Cerca de 300 organizações civis, governos e empresários participaram do debate.
Para Veríssimo, a região amazônica vive o início de um novo ciclo de desenvolvimento. O modelo que considerava a floresta como um obstáculo para o crescimento econômico da região está ultrapassado, disse ele, ponderando que a consolidação de alternativas sustentáveis precisa de investimentos permanentes. Não podemos voltar ao modelo antigo, do desmatamento, que não deu certo. Temos que olhar um novo modelo e dar escala a ele, afirmou.
Presente ao encontro, o senador eleito pelo Acre e ex-governador, Jorge Viana, considerou que a economia deverá ser uma questão central para a Amazônia, mas ressaltou que a região deve fundamentar sua base em uma economia florestal, onde o uso sustentável da floresta seja o modelo vigente.
Viana defendeu uma agenda econômica que melhore a vida das pessoas e ajude na redução de emissões (de gases de efeito estufa). Ele conclamou os demais governadores dos estados amazônicos a estabelecer juntos uma agenda de trabalho comum para a região.
O vice-governador eleito no Pará, Helenilson Pontes (PPS-PA) também vislumbra uma nova perspectiva econômica para a Amazônia, mas ressalta que deve haver mudanças na ocupação do território. Segundo ele, o Pará tem uma área desmatada de cerca de 25 milhões de hectares, dos quais 10 milhões de hectares estão abandonados ou não são aproveitados.
Pontes lembrou que o Pará tem cerca de 2,8 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza, apesar dos altos recursos que gera a partir da exploração energética e mineral. Em toda a Amazônia, cerca de 40% da população está nessa situação. Isso significa cerca de dez milhões de pessoas que precisam ser incluídas no sistema capitalista, disse Pontes.
Mais informações: Jaime Gesisky 62 81161200 [email protected] Skype: gesisky!