Os trabalhos do Centro e Estudos (CES) Rioterra na área de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) resultantes do projeto Quintais Amazônicos, apoiado financeiramente pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social/BNDES através do Fundo Amazônia foram apresentados durante a 2ª Conferência de Assistência Técnica de Extensão Rural do Território da Cidadania Vale do Jamari, realizada nos dias 8 e 9 de dezembro em Ariquemes, no auditório do Museu de Arqueologia do Instituto Técnico Federal daquele município.
O tema deste ano foi: “ATER, Agroecologia e Alimentos Saudáveis”. Esta discussão tem sido corrente, não apenas entre os que atuam junto à agricultura familiar, mas entre a sociedade que busca a cada dia alimentos mais saudáveis. Muitos são os motivos para se juntar estes temas que de acordo com os agricultores, deveriam ter um olhar mais carinhoso por parte daqueles que elaboram as políticas públicas para o setor.
Participaram aproximadamente 100 pessoas entre comissão organizadora, representantes dos agricultores familiares, de ATER privada e Pública, de instituições públicas, autoridades e convidados.
“As práticas de assistência técnica e extensão rural devem ser modernizadas. Não podemos mais trabalhar como no tempo da Revolução Verde. Os extensionistas precisam ser preparados para novas realidades como a produção agroecológica e para que a tônica de nossa alimentação seja de alimentos saudáveis e não cancerígenos”, falou a Sra. Zonália, assentada da reforma agrária e membro do grupo agroecológico Girassol, de Ariquemes.
O Delegado Federal de Desenvolvimento Agrário, Genair Capelini, também falou sobre o uso indiscriminado de agrotóxicos: “não é possível que nossa alimentação só seja possível a base de agrotóxicos. O tema da alimentação saudável tem sido debatido no mundo todo e abre novas oportunidades de negócios para a agricultura familiar. Precisamos avançar e, termos uma assistência técnica capaz de assumir esse desafio que é fundamental para obtermos sucesso” declarou.
A apresentação do CES Rioterra foi focada na experiência da ATER e nas práticas agroecológicas realizadas nos municípios de Itapuã do Oeste, Cujubim e Machadinho D’Oeste, beneficiários do projeto Quintais Amazônicos.
“Em nossos trabalhos buscamos mostrar aos agricultores formas diferentes de produzir que valorizem os insumos existentes nas propriedades, inclusive com aproveitamento de muitos materiais e produtos que seriam jogados no lixo. A palavra agrotóxico é proibida em nossa relação com o agricultor. Existem formas de combater pragas e doenças com produtos naturais. É isso que ensinamos”, falou Alexis Bastos, palestrante e coordenador de programas do Centro.
