“O projeto mostra que há outras possibilidades, que derrubar a floresta para produzir não é a única saída. É um exemplo histórico e vivo de que isso é possível”
Na próxima terça-feira (14), acontece a inauguração das obras de melhoria e infraestrutura da Associação de Moradores da Reserva Extrativista Rio Preto-Jacundá /ASMOREX, localizada nos municípios de Machadinho D’Oeste e Cujubim, por meio do projeto de REDD+ realizado pelo Centro de Estudos Rioterra, em parceria com a Asmorex, Biofílica Investimentos Ambientais e apoio do Governo de Rondônia.
O REDD+ (Redução das emissões por desmatamento e degradação florestal mais conservação, manejo florestal sustentável e manutenção de estoques florestais) Resex Rio Preto-Jacundá é um projeto precursor no país e mostra, de forma efetiva, que manter a floresta em pé é uma alternativa rentável diante do crescente desmatamento na Amazônia.
Através dele, a conservação da floresta em pé é recompensada financeiramente, fomentando importantes discussões sobre modelos econômicos no país e contribuindo para as ações de mitigação da emissão dos gases de efeito estufa por meio do estoque de carbono. “O projeto mostra que há outras possibilidades, que derrubar a floresta para produzir não é a única saída. É um exemplo histórico e vivo de que isso é possível”, salienta Alexis Bastos, coordenador de Projetos do CES Rioterra.
Essa recompensa se dá por meio da transferência de recursos financeiros à países em desenvolvimento que já alcançaram resultados quanto a preservação e mitigação, medidos em toneladas de CO2, devidamente reconhecidos e certificados pelas instituições nacionais e internacionais competentes, como é o caso do projeto REDD+ Resex Rio Preto Jacundá.
Neste processo, o projeto gerou cerca de 1,2 milhões de créditos referentes aos anos de 2013 a 2015. Recurso esse aplicado na execução das ações de Plano de Vida da Comunidade, elaborado a partir das necessidades apontadas pelos moradores da Resex como as obra que serão inauguradas nesta terça-feira: oito casas, auditório, refeitório, escritório, dois banheiros comuns e, ainda, a instalação de uma antena para comunicação e internet.
A realização do diagnóstico para o desenvolvimento de cadeias produtivas, suporte técnico para aprimoramento de práticas agrícolas na comunidade, fortalecimento da vigilância patrimonial em parceria com a Sedam também estão previstas no projeto.
Histórico do projeto
O projeto foi implantado em 2012. No ano seguinte, foram realizados os primeiros estudos para a elaboração e desenvolvimento do Projeto REDD+ na Resex; diagnóstico de fauna e flora; diagnóstico socioeconômico; levantamento de estoque de carbono; e modelagem de desmatamento no futuro (potencial de geração de créditos).
Em 2014 foram realizados as oficinas comunitárias, onde foram discutidas as primeiras ações para elaboração do Zoneamento e Plano de Uso da Resex; criação participativa do Plano de Vida Comunitário; e a construção coletiva do “Mecanismo de Repartição de Benefícios e Resolução de Conflitos.
Em 2015 a comunidade recebeu a equipe de auditoria do Imaflora para certificação (Validação) do projeto. Após todo o processo, o projeto recebeu os selos internacionais mais reconhecidos para projetos de REDD+ no mundo, o VCS e CCBS.