“O planeta está esquentando e a água indo embora. Precisamos da floresta para conversar os recursos que nós tanto necessitamos para continuar sobrevivendo.”
Com essa declaração o produtor rural Heron da Silva Santos, proprietário de um lote na Linha 618, em Itapuã do Oeste, contou como entrar no Programa de Recuperação de Áreas Degradadas do projeto Semeando Sustentabilidade transformou a vida da sua família e a forma dele cuidar de sua propriedade. A história, que começou 30 anos atrás, no interior de Minas Gerais, é o Sr. Heron quem vai contar.
“Ainda criança vi uma reportagem na revista ‘O Cruzeiro’ falando da abertura e das belezas da Amazônia. Me encantei e decidi que queria vir para cá viver o meu sonho de ter um pedaço de terra. Cheguei em Rondônia em 1984 e poucos anos depois consegui comprar minha terrinha. No início a vida era muito difícil. Trabalhei duro e pesado para derrubar parte da mata.
Além do meu sonho de prosperar, eu tinha a preocupação de não levar o nome de vagabundo. O povo aqui tinha essa ideia de que quem não desmatava era preguiçoso. A gente não sabia que era possível produzir e ainda ter a mata em pé. Eu achava que estava fazendo certo, mas o tempo é um grande professor.
Percebi que tinha errado ao derrubar a mata muito próximo dos igarapés, por exemplo, e eu precisava achar uma forma de corrigir o meu erro. Foi quando o projeto apareceu oferecendo apoio para quem quisesse reflorestar sem deixar de produzir. Essa ajuda caiu do céu para mim. É difícil e caro reflorestar, e eles fizeram tudo: cerca, plantio, e eu só tinha que cuidar. Hoje já temos árvores com sete metros fazendo sombra para o gado, e a mata ciliar foi recuperada.
Estou aqui há quase 30 anos e hoje entendo essa questão do meio ambiente. O desenvolvimento é bom, mas é preciso ter responsabilidade. Esse projeto tem ajudado e todos os produtores rurais da região são agradecidas pelo apoio e pelo conhecimento oferecido de que produzir com sustentabilidade, cuidando da floresta e dos rios, é possível.”