Acesso à saúde para crianças de comunidades tradicionais de Rondônia
Ação desenvolvida pelo CES Rioterra leva atendimento médico para crianças de 0 a 12 anos que vivem na Resex Rio Preto-Jacundá
No primeiro sábado de agosto a pediatra Helena Cristina dos Santos esteve mais uma vez na Reserva Extrativista Rio Preto Jacundá para realizar as consultas de acompanhamento das crianças com idade de 0 a 12 anos que moram na comunidade.
Ao todo, 18 crianças passaram pelo atendimento médico para acompanhamento de rotina e verificação de exames solicitados em atendimento anterior.
“Meu filho Ângelo, de 3 anos, tem asma e desde que começou a fazer o acompanhamento pediátrico e a usar os remédios que a doutora Helena indicou as crises de asma dele diminuíram muito” conta Lucivane Alves de Oliveira, que tem mais duas filhas atendidas pela pediatra: a Gleicivane de 8 anos e a Gleiciane, de 5.
“Para mim foi mais um dia de aprendizado e evolução. Ver a receptividade das mães e a alegria das crianças é muito gratificante. Apesar de algumas dificuldades, como distância em adquirir alimentos frescos, realizar exames, comprar medicação, entre outros, percebi a melhora nos cuidados das crianças atendidas. Mães dedicadas em ver seus filhos crescerem de forma saudável e abertas às orientações. Sempre bom rever meus pequenos pacientes e amigos”, comentou a pediatra Helena dos Santos.
Consultas periódicas
O serviço médico teve início em maio de 2021 para promover o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento dessas crianças, realizar o diagnóstico e prevenção de doenças e garantir o encaminhamento para serviços de saúde especializado se alguma criança apresentar diagnósticos mais graves.
Esta é mais uma conquista dos moradores da Resex Rio Preto Jacundá que se tornou possível a partir da implementação do Projeto de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação florestal (REDD+) “Projeto de REDD+ RESEX Jacundá”, desenvolvido através de uma parceria entre a empresa Biofílica, a Associação dos Moradores da Reserva (ASMOREX) e o Centro de Estudos Rioterra com apoio da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental de Rondônia.
Através da comercialização de créditos de carbono, o projeto gera recursos financeiros para a comunidade pela conservação da floresta em pé. Desde 2012, ano de início do projeto, muitos investimentos já foram feitos na melhoria da qualidade de vida e infraestrutura disponível para os moradores. Um deles foi a construção de um ambulatório médico onde são realizados os atendimentos de saúde.
“A construção desse ambulatório e a implementação dos atendimentos pediátricos foram conquistas muito importantes para nossa comunidade através dos recursos recebidos com a implantação do projeto de comercialização de carbono. Na região onde estamos o atendimento ofertado na rede pública de saúde não é especializado, dispondo apenas de clínico geral. Desde que esse serviço teve início, eu vejo a alegria e a confiança das mães que não precisam mais se deslocar por grandes distâncias para que seus filhos recebam o atendimento pediátrico”, destacou Denise Viana Borges, presidente da Asmorex.