Durante o processo de plantio foram selecionadas mais de 90 espécies entre sementes e mudas nativas da Amazônia, entre elas, algumas ameaçadas de extinção.
O Centro de Estudos da Cultura e do Meio Ambiente da Amazônia – Rioterra, em parceria com o Instituto Socioambiental (ISA) e o Redário realizaram o Dia de Campo Floresta Produtiva: Técnicas de Semeadura Direta (Muvuca) e Plantio de Mudas.
O dia de campo reuniu saberes, experiências e trocas de tecnologias. A proposta do evento foi apresentar um modelo de restauração produtiva, que integra o plantio de mudas com espécies florestais, incluindo açaí, e técnicas de semeadura direta. O plantio aconteceu no Centro de Bioeconomia e Conservação da Amazônia (CBCA), localizado no município de Porto Velho em Rondônia, na comunidade da Vila Teotônio.
A Muvuca é um método de plantio que utiliza uma mistura de sementes de diferentes espécies com diversos ciclos de vida. Durante o experimento foram selecionadas 49 espécies de sementes e 42 mudas nativas, incluindo algumas ameaçadas de extinção, como Castanheira e Amburana. A escolha das espécies foi pensada e planejada de modo a contemplar a diversidade da floresta e maximizar os benefícios ecológicos e socioeconômicos.
A iniciativa possibilitou o diálogo de diferentes instituições públicas, privadas e da sociedade civil sobre as técnicas de Muvuca, uma tecnologia ainda em expansão no estado de Rondônia, além de permitir que cada um dos participantes tivesse contato direto com as sementes, desta maneira, tornou ainda mais próximo o processo de absorção de técnicas de restauração florestal.
Danielle Celentano, que atua como Analista Sênior de Restauração no Instituto Socioambiental (ISA), declarou: “A implantação das áreas de restauração produtiva com Muvuca junto a Rioterra foi um sucesso. Além da transferência e disseminação dessa tecnologia para vários atores locais, o desenho experimental permitirá a pesquisa científica de longo prazo sobre aspectos ecológicos e socioeconômicos dos modelos na busca de soluções com melhores relações de custo e benefício para o ganho de escala da restauração florestal na Amazônia.”
Os modelos propostos são inovadores e resultam em serviços ecossistêmicos, como a conservação da água, sequestro de carbono e proporcionam a volta da biodiversidade, além do desenvolvimento socioeconômico das comunidades locais, com a coleta de sementes e o extrativismo das espécies plantadas.
Fabiana Barbosa, presidente do Centro de Estudos da Cultura e do Meio Ambiente da Amazônia – Rioterra, afirmou: “O dia de campo Floresta Produtiva foi um importante espaço de compartilhamento de tecnologias utilizadas historicamente pelo ISA e CES Rioterra na cadeia da restauração, mas principalmente um momento de demonstrar na prática para os diversos parceiros o potencial e impacto da restauração para um verdadeiro desenvolvimento sustentável para Amazônia.”
A ONU declarou esta como a Década da Restauração de Ecossistemas, atividade vital para o clima e a biodiversidade do planeta. A Rioterra tem enorme satisfação em partilhar de um experimento tão valioso com o Instituto Socioambiental (ISA) e com o Redário, são parcerias como estas que tornam a restauração da Amazônia possível.