O projeto tem como objetivos melhorar as condições das mulheres na área rural no tocante a problemas respiratórios causados pelo cozimento de alimentos com lenha e inserir inovações tecnológicas sobre energias renováveis nas gestão das propriedades da agricultura familiar como meio de apoiar a transição do atual modelo, intensivo em emissão de gases de efeito estufa, para uma agricultura de baixo carbono através da substituição do corte de lenha por biodigestores.
O CES Rioterra deseja incorporar no planejamento de propriedades rurais amazônicas uma cultura de gerenciamento de seus recursos e aplicação de práticas agroecológicas que resultem na melhoria da renda, diminuição do desmatamento, conservação da biodiversidade e empoderamento dos agricultores sobre questões climáticas ao passo em que integram seus saberes e trocam conhecimentos sobre questões de gênero e novas formas de gestão de suas terras.
A área rural da região onde o projeto foi implantado é formada principalmente por propriedades de agricultores familiares e, em sua maioria, não são atendidas por sistemas de saneamento básico e tratamento de água, assistência técnica e extensão rural, bem como outras políticas públicas que deveriam atender às suas necessidades. Essas lacunas desencadeiam uma série de problemas sociais, econômicos e ambientais decorrentes da falta de apoio.
Diante desses fatores, os objetivos pensados são uma forma de introduzir novas formas de reaproveitar resíduos orgânicos para produção de energia térmica, o biogás, que possibilita uma economia imediata para as famílias que compram botijas de gás e, para as famílias que utilizam o fogão a lenha, cessa a retirada de madeira da floresta, ao passo em que integra essa ação à novas formas de gestão da propriedade rural e do papel da mulher como protagonista na vida familiar, contribuindo, ainda, com geração de renda, segurança alimentar e redução da emissão de GEE.
- Condições de trabalho melhoradas para mulheres e economia financeira gerada para vinte famílias da agricultura familiar, através da reutilização de resíduos orgânicos para geração de energia térmica e biofertilizante para produção agroecológica em suas propriedades por meio da Instalação de biodigestores e hortas domiciliares em 20 propriedades;
- Economia na compra de botijas de gás (GLP) por mês, que equivale a aproximadamente 15% da renda familiar anual, valor significativo para estas famílias;
- Ampliar o conhecimento sobre energias renováveis de fácil implementação e viáveis economicamente por meio da capacitação de agricultores familiares, gestores/professores e estudantes (180 pessoas);
- Assistência técnica voltada para segurança alimentar, diversificação produtiva, gestão da propriedade rural e manutenção dos biodigestores, incorporação de princípios agroecológicos para um modelo menos impactante, contribuindo para o fim da agricultura linear e gerar menores emissões de GEE.
- Intercâmbio com a participação dos beneficiários de Itapuã do Oeste, Cujubim, Rio Crespo, gestores e atores sociais de outros projetos da Misereor na região Norte a fim de disseminar as informações e aplicabilidade do modelo.