No intercâmbio, os agricultores puderam conhecer o Viveiro Rioterra e propriedades rurais beneficiadas pelo projeto.
Dando transparência às práticas sustentáveis, a Rioterra promoveu intercâmbio com agricultores familiares para mostrar na prática as ações do projeto Agro Verde e os benefícios promovidos aos proprietários rurais atendidos na fase inicial. Produtores rurais interessados em conhecer o projeto foram convidados para um intercâmbio nos dias 16 e 17 de julho, onde puderam conhecer o viveiro Rioterra, em Itapuã do Oeste e algumas propriedades rurais beneficiadas pelo projeto, onde as ações estão avançadas. Em menos de dois anos, as áreas reflorestadas apresentam excelente padrão e servem de modelo para produtores rurais que desejam aderir à proposta de recuperar áreas degradadas.
As visitas iniciaram no Viveiro Rioterra em Itapuã do Oeste, onde são concentradas as atividades de produção de mudas, desde a captação de sementes até a entrega aos agricultores familiares beneficiados. A coordenadora de produção de mudas, engenheira florestal Raquel Helena Jacobson mostrou todo o processo de produção de mudas, desde o processamento e armazenamento de sementes até a etapa final com as mudas prontas para serem distribuídas. Ela esclareceu dúvidas e revelou o detalhamento de cada etapa dessa produção.
O coordenador de Extensão Rural, geógrafo Luiz Felipe Ulchoa, apresentou as vantagens do projeto Agro Verde, demonstrando que o projeto permite gerar renda extra para os produtores ao mesmo tempo em que melhora a pecuária. “Isso é possível com a recuperação de áreas degradadas que irão gerar crédito em forma de Pagamento Por Serviços Ambientais (PSA), para além do apoio que o projeto traz para a recuperação da pastagem com o aumento produtivo através de técnicas e tecnologias adotadas na propriedade, dessa forma proporcionando a diversificação de renda do produtor rural e adequação do imóvel rural com o objetivo de desbloquear embargos ambientais, através das ações de restauração das áreas com passivos ambientais ”, explicou.
Ulchoa também destacou como vantagem a adequação ambiental da propriedade rural ao que aproxima das obrigatoriedades do Código Florestal Brasileiro, o que proporciona acessos a créditos e benefícios de ações do governo. A manutenção de fontes de água é outro aspecto relevante proporcionado pelo reflorestamento. “A área reflorestada proporciona maior possibilidade de aumento da água na propriedade, oferece sombra para o gado e contribui para o retorno da fauna”, justificou.
Áreas visitadas
Uma das áreas visitadas é do agricultor Genivaldo dos Reis Domingues que tem propriedade na Linha C-80, na BR-421, em Alto Paraíso. Ele destinou três hectares de áreas para recompor a mata ciliar das nascentes existentes e diz estar satisfeito com os resultados. Com menos de dois anos, as plantas estão bem desenvolvidas e a fauna já é percebida no lugar. Genivaldo afirmou que todas as ações e etapas previstas pelo projeto Agroverde foram cumpridas pela equipe da Rioterra. “Foram feitos o cercamento da área com piquetes e arame, gradeamento do solo, adubação, abertura de covas e doação de mudas. A assistência técnica constantemente está aqui para acompanhar o desenvolvimento e para tirar dúvidas sobre técnicas agrícolas para a minha propriedade”, disse.
Genivaldo também destacou a importância do projeto para a adequação da propriedade em conformidade com a legislação ambiental. “Se não fosse esse projeto eu não teria como recuperar essas áreas degradadas devido ao custo elevado e a falta de conhecimento técnico para desenvolver o plantio e acompanhar o desenvolvimento das plantas”, declarou.
Outra visita foi realizada na propriedade do agricultor Hélio Rosa de Paula, na Linha C-70, na BR-421, no município de Ariquemes, onde possui cinco fontes de água e três precisavam de reflorestamento. Com um ano e meio de plantio as plantas estão bem desenvolvidas e as ingazeiras já produzem frutos. Ele afirmou que os resultados estão acima do que esperava e considera-se satisfeito por ter aderido ao projeto. “Eu e minha esposa, o que fizemos foi só colocar as plantas nas covas, porque a equipe da Rioterra fez tudo. Os técnicos estão sempre aqui trazendo orientações e até o controle das gramas invasoras foram eles que fizeram”, comemorou.
A segurança jurídica do contrato de adesão foi destacada pelo beneficiário, que disse: “Não tem qualquer alienação e todo o controle de propriedade da área e das plantações fica com o proprietário da terra. Até as visitas técnicas são agendadas e a equipe técnica faz questão de entrar na área somente acompanhado do proprietário”, enfatizou Hélio.
Avaliação dos participantes
João Toledo Bueno reside no travessão da Linha B-90, do Projeto de Assentamento Migrantes, em Ariquemes, já foi beneficiado por duas ações de projetos da Rioterra. “Vou aderir a mais esse projeto porque o que eu vi nessas visitas nessas propriedades é impressionante. O reflorestamento se desenvolve rápido e a gente não tem custo nenhum”, afirmou. Ele defendeu a urgente necessidade de recuperar áreas degradadas para garantir a manutenção de fontes de águas nas propriedades rurais. “Sem água nada existe e no campo precisamos de abundância e de qualidade para irrigar plantações e alimentar os animais”, enfatizou.
A agricultora Marina Cordeiro Félix Freitas é presidente da Associação Braço Forte, da Linha C-80, em Rio Crespo, disse que vai levar as informações dos resultados das visitas aos associados porque viu muitas vantagens na adesão ao projeto. Conforme declarou, os agricultores familiares não têm condições financeiras para custear os reflorestamentos e com a adesão ao projeto conseguem adequar suas propriedades ao que prevê a legislação ambiental sem arcar com as despesas.
A Associação dos Produtores Rurais do Assentamento Elson Machado (Aspraem), da Linha 3, em Monte Negro, enviou como representante o agricultor Antônio Carlos Vidotto Severino. Entre as vantagens que destacou, o projeto Agroverde favorece a recuperação de áreas sem custo ao produtor favorecendo a adequação ambiental e recuperando as áreas de nascentes. “Sem água uma propriedade rural fica inviável. Tudo depende de água e muitas nascentes secaram. Se precisamos plantar, cultivar pecuária e até uma criação de peixes, tudo depende de água boa e em quantidade”, afirmou, considerando que o projeto proporciona renda direta e adequação legal.