O Centro de Estudos Rioterra em parceria com a instituição alemã Misereor, realiza há um ano o projeto “Acesso à Energias Renováveis para Famílias Camponesas”, nos municípios de Itapuã do Oeste, Cujubim e Rio Crespo, em Rondônia.
O objetivo do projeto é incorporar no planejamento de propriedades rurais amazônicas uma cultura de gestão de resíduos sólidos voltada à mitigação e adaptação aos impactos climáticos através da geração de energias renováveis e respeito às questões de gênero, a partir do empoderamento de agricultoras e agricultores familiares.
Dentre as ações do projeto está a instalação de biodigestores para fomentar a economia rural, gerar qualidade de vida e proporcionar segurança alimentar. Apesar do conhecimento sobre os biodigestores ser antigo, sua utilização na Amazônia, com o enfoque voltado às questões climáticas é algo extremamente inovador. Antigamente, quando não havia eletricidade, os biodigestores foram testados como uma forma de se levar luz ao campo. Hoje a perspectiva de sua integração às práticas de gerenciamento da propriedade rural de forma a torná-la mais sustentável e autônoma.
Essa tecnologia social, está sendo utilizada pela primeira vez em Rondônia. Seu uso permitirá vantagens socioeconômicas e ambientais, devido a economia gerada pelo abandono do gás de cozinha, produção de biofertilizante e remoção de gases de efeito estufa, respectivamente.
Assim, entre os dias 25 a 29 de junho de 2018, foi realizado o curso de “Instalação, Manutenção e Orientação do Uso de Biodigestor no Meio Rural”, no município de Cujubim/RO, proporcionando as agricultoras conhecimento e a aquisição de mais uma ferramenta para a melhoria de sua propriedade.
Participaram do evento a Kelyany Góes (coordenadora do projeto), Jessica Felix (educadora), Sheila Becker (extensionista rural), Fernando Weigert (consultor da empresa BGS equipamentos), as agricultoras Lorena Munari, Cristina Alves, Solange Franki, Rosely Ribeiro, Maria Divina Teófilo, Ruth Hipólito e Rosa Becker. Além destas, outros interessados em conhecer os biodigestores participaram. Ao todo foram 46 participantes, entre agricultoras e agricultores de Cujubim – RO.
“Estou muito feliz com a instalação do biodigestor e muito ansiosa para ver o primeiro biogás e o biofertilizante, isso vai agregar muito em minha propriedade”, disse a Cristina Alves, agricultora.
A agricultora Maria Divina Teófilo disse, “com o biofertilizante vou poder economizar com produtos industrializados e produzir mais alimentos e saudáveis em minha propriedade, além de gerar economia que vou poder comprar mais coisas pra mim e cuidar de mim”.
A Rosa Becker disse, “esperava muito por esse momento, vou mostrar para vizinhos e amigos como funciona e os benefícios que o biodigestor pode lhe proporcionar”.
Ainda este ano serão instalados novos biodigestores nos municípios de Itapuã do Oeste e Rio Crespo para que outros agricultores e agricultoras possam usufruir desta ferramenta inovadora.