O que é possível construir em duas décadas em prol da Conservação da Amazônia?
Em 1º de outubro o Centro de Estudos Rioterra completou 22 anos. Para celebrar e compartilhar a história dessas duas décadas de trabalho conectando pessoas pela Conservação da Amazônia preparamos uma série dividida em três conteúdos.
Se você ainda não conhece o início dessa história clique aqui, ou continue a leitura para descobrir como o movimento de jovens mergulhadores preocupados com a conservação da Amazônia tornou-se a organização ambiental de Rondônia de maior experiência acumulada na promoção de ações pioneiras e inovadoras de reflorestamento em escala na região Norte.
……….
As conquistadas da primeira década de trabalho já representavam muito mais do que sonharam aqueles jovens mergulhadores quando criaram o Centro de Estudos Rioterra, porém, em 2008, o que se quer foi sonhado tornou-se realidade. O projeto Semeando Sustentabilidade foi aprovado no edital Petrobras Ambiental e as ações da organização, que até ali atendiam algumas dezenas de pessoas, ganharam capilaridade tonando-se apoio para o desenvolvimento econômico e social de forma justa, inclusiva e ambientalmente sustentável para centenas de agricultores familiares de Rondônia.
“O Semeando Sustentabilidade representou um momento decisivo de transição de um cenário de pequenos projetos para realização de ações mais estruturados e de grande alcance. Apesar da consciência de que eram grandes os desafios, todos perceberam que com dedicação e atuação horizontal junto aos agricultores, poderíamos avançar. Hoje temos uma instituição capaz de atender várias demandas da agricultura familiar, com uma estrutura robusta e uma equipe de especialistas em setores estratégicos para a execução das ações”, comenta Frederico de Souza, um dos fundadores do CES Rioterra que no início do movimento era estudante de Economia e, ao longo dos 22 anos dedicados à organização, se especializou em Gestão para o Terceiro Setor e tornou-se o Gerente Administrativo Financeiro da instituição.
Em 2011 nasceu o “Carbono Resex Rio Preto-Jacundá”. O 1ª projeto de Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD+) em uma Unidade de Conservação de Rondônia continua em atividade. Por meio da contenção do desmatamento e consequentemente, geração de créditos de carbono o projeto já possibilitou a realização de melhorias nas áreas de infraestrutura, saúde, educação e geração de renda para a comunidade e segue promovendo transformações por mais de uma década. Implementado de forma pioneira na Reserva Extrativista Rio Preto Jacundá pelo CES Rioterra em parceria com a Associação de Moradores da Reserva Extrativista (Asmorex), a Biofílica Investimentos Ambientais e a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental (SEDAM/RO), a iniciativa tem como principal objetivo conservar a biodiversidade, mantendo a floresta em pé e contribuir para a mitigação das mudanças climáticas.
Em 2013, o BNDES através do Fundo Amazônia também passou a integrar a rede de apoiadores do CES Rioterra ao aprovar o projeto “Quintais Amazônicos”, realizado entre 2013 e 2017, e também do Plantar Rondônia que teve início em 2018 e segue contribuindo pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia até março de 2023, data prevista para o término de sua implementação. Ambos os projetos tem como foco a implementação do Código Florestal e de políticas públicas ligadas à agricultura familiar, sempre com foco no fortalecimento das cadeias produtivas como meio para a diminuição das vulnerabilidades sociais, conservação da biodiversidade e mitigação das mudanças climáticas.
“Hoje O CES Rioterra vive um momento muito especial. Amadurecemos bastante nestes 22 anos e acreditamos que é momento de ampliar e diversificar as iniciativas para o desenvolvimento socioambiental e o estabelecimento de novos modelos de parcerias para implementação destas iniciativas. Além do foco na restauração florestal, nossa contribuição para a conservação da biodiversidade e o combate as mudanças climáticas, queremos fomentar também a geração de mais empregos, possibilidades de renda e qualidade de vida para as populações da Amazônia. Apoiar as formas de uso sustentáveis da terra e valorizar a cultura amazônica como meio para diminuição das vulnerabilidades sociais”, completa Telva Maltezo, que em 2009 entrou para a equipe de profissionais do CES Rioterra como Coordenadora Administrativa, tornou-se membro e é a atual presidente da instituição.
Os resultados gerados pelos projetos desenvolvidos nos últimos anos abriram caminhos para ampliar a atuação da organização em novas iniciativas e trouxeram também novos parceiros e membros engajados na missão do CES Rioterra. Sobre essa história recente de conquistas e desafios você confere na última matéria desta série sobre a História do Centro de Estudos Rioterra. Clique aqui e confira.