O que é possível construir em uma década em prol da Conservação da Amazônia?
Em 1º de outubro o Centro de Estudos Rioterra completou 22 anos. Para celebrar e compartilhar a história dessas duas décadas de trabalho conectando pessoas pela Conservação da Amazônia preparamos uma série em três conteúdos.
Para conhecer o início dessa história de trabalho pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia clique aqui.
Para continuar conhecendo a evolução e as conquistas mais importantes, leia a matéria O que é possível construir em uma década em prol da Conservação da Amazônia?
E para entender como o Centro de Estudos Rioterra tem trabalhado atualmente e desenhado sua atuação para as próximas décadas, continue a leitura.
A experiência acumulada pelo Centro de Estudos Rioterra a partir do trabalho com foco no reflorestamento aliado ao incentivo à produção agrícola sustentável atraiu a atenção de instituições internacionais e possibilitou, nos últimos anos, ampliar a atuação da instituição em novas áreas estratégicas, como a restauração florestal em escala na Amazônia e a geração de energias renováveis.
Neste cenário, em 2017, nasceu o ERA – Energias Renováveis na Amazônia, um projeto que além da contribuição no combate as mudanças climáticas, é também um vetor de desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida das populações atendidas. Financiado pela instituição alemã MISEREOR, o projeto já beneficiou 28 famílias de agricultoras familiares com a instalação de kits de biodigestores em suas propriedades. Com foco no empoderamento e protagonismo feminino, o projeto possibilita a melhor gestão do orçamento familiar com a economia na compra de gás, mais segurança alimentar e aumento da renda pela implementação de hortas orgânicas, além de contribuir para a diminuição do desmatamento, conservação da biodiversidade e redução de emissão de gases de efeito estufa (GEEs).
A partir de 2019, ações de reflorestamento em escala também começaram a ganhar corpo na estrutura de atuação da organização como projetos viáveis e de interesse mundial por sua contribuição direta no combate ao aquecimento global. Na busca de soluções para este grave desafio que a humanidade tem enfrentado para garantir a sobrevivência humana pelas próximas décadas, restaurar e conservar o ecossistema da maior floresta tropical do mundo, a Amazônia, é uma peça chave.
Para atender esta demanda, entre 2020 e início de 2021, foi realizado o 1º Reflorestamento de uma Unidade de Conservação do Brasil. Em uma área de 264 hectares desmatada ilegalmente na Reserva Extrativista Rio Preto Jacundá, foram plantadas 360 mil mudas de espécies nativas madeireiras, frutíferas e florestais, algumas delas ameaçadas de extinção. A ação de recuperação da cobertura vegetal nesta área contou com apoio financeiro das organizações internacionais Reforest Action e Tree Nation, além da parceria de instituições locais como a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental (SEDAM/RO) e a Associação de Moradores da Resex.
Nova geração de colaboradores
Ao atuar com projeto mais complexos, de maior capilaridade territorial e em número de beneficiados, a demanda da organização por mais profissionais e com conhecimento especializado também aumentou. Nos últimos anos, a instituição foi responsável por gerar centenas de oportunidades de empregos diretos e indiretos e, atualmente, conta com mais de 70 pessoas em seu quadro de profissionais.
São pessoas que não fizeram parte da criação do Centro de Estudos Rioterra, mas que encontraram no propósito daquele grupo de jovens visionários a oportunidade de fazer de seus trabalhos uma contribuição para melhorar as condições sociais e econômicas de povos da Amazônia, e no enfrentamento à desafios globais como a degradação florestal e o aquecimento do planeta.
O biólogo Alexandre Queiroz, na época recém formado pela UNIR/RO, entrou para o quadro de profissionais da instituição em 2014 com a responsabilidade de construir uma conexão entre a instituição e os beneficiários dos projetos através da Educação Ambiental.
“O desafio era lidar com pessoas e fazer do nosso trabalho uma contribuição efetiva na transformação e desenvolvimento que elas precisam. Transmitir as informações de forma didática, acessível e capaz de ser um vetor de transformação. Eu e outras pessoas que compunham a equipe abraçamos a ideia e hoje, oito anos depois, conseguimos criar uma rede de confiança e parceria com os milhares de agricultores familiares atendidos pelos projetos desde o início”, explica Queiroz.
Felipe Ulchoa, geografo também formado pela UNIR/RO, ingressou no Centro de Estudos Rioterra como estagiário em 2013 e, atualmente, integra a equipe do setor de Análise e Monitoramento da Paisagem e é coordenador de Recuperação de Áreas Degradadas (RAD).
“Quando me candidatei a vaga de estágio meu interesse era nas atividades de campo e desde o primeiro dia pude me dedicar a esse trabalho prático, com pesquisa, monitoramento e análise da paisagem. Nesses anos, vi o CES Rioterra ampliar sua atuação e desenvolver de forma pioneira tanto o trabalho de pesquisa quanto de desenvolvimento de inovação, o que dá imensa satisfação por fazer parte desta equipe”, destaca Ulchoa.
Com pés bem fincados no solo Amazônico e propósito claro sobre onde se quer chegar, as experiências adquiridas nesses 22 anos de trabalho conectando pessoas pela Conservação da Amazônia são degraus de acesso ao futuro que o Centro de Estudos Rioterra se propõe construir com trabalho sólido em uma rede de parceiros estratégicos.
A organização nascida em Rondônia para ser contribuição aos desafios ambientais do mundo ainda tem muito a contribuir. Novos projetos já estão sendo elaborados e implementados com foco em tecnologias inovadoras para tornar o desenvolvimento social e econômico dos povos da região um ambiente propício para a conservação da biodiversidade e no combate às mudanças climáticas.
E todos podem fazer parte e ser contribuição na construção dos próximos anos!