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Desmatamento da Amazônia

A influência do desmatamento da Amazônia na maior crise hídrica já registrada no Brasil

A alta do valor da conta de energia e os impactos ambientais gerados pelo desmatamento

O Brasil enfrenta a pior crise hídrica já registrada em 91 anos, segundo especialistas e o próprio Ministério de Minas e Energia. Devido à escassez de chuvas, a situação é especialmente grave no Sudeste, onde estão os reservatórios das principais hidrelétricas do país, que respondem por 70% de energia produzida no Brasil.

As usinas hidrelétricas necessitam de chuva para manter o nível adequado de seus reservatórios para a produção de energia. A operação de hidrelétricas com nível de armazenamento em torno de 10% é tecnicamente viável, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), porém os valores abaixo desse número, acarretam o risco de quebrar as máquinas e turbinas. O que é o caso de algumas hidrelétricas da região Sudeste do país, que estão funcionando com um pouco mais de 5% de água e podem ser desligadas.

Para afastar o risco de um racionamento foi acionado em caráter emergencial as instalações de usinas termoelétricas. Essa medida deve custar em torno de 9 bilhões aos cofres públicos e levou o aumento 52% da conta de energia dos brasileiros. O que antes custava R$6,24 cada 100 kWh agora está custando R$9,49 cada 100 kWh.

Além do custo, as usinas termoelétricas produzem energia por meio da queima de combustíveis fósseis como petróleo, carvão mineral e gás natural, emitindo gases de efeito estufa. Nelas são produzidos óxidos e dióxidos de enxofre, óxidos de nitrogênio, monóxido e dióxido de carbono, dentre outros gases e particulados. Além disso, a poluição gerada pela termoelétrica causa problemas respiratórios, como infecção dos brônquios e doenças pulmonares.

A influência da Amazônia na regularidade de chuvas no Brasil

A seca e a crise hídrica tem relação direta com o desmatamento na Amazônia. O aumento do desmatamento aliado as mudanças climáticas globais provocam a diminuição de chuvas. A falta de chuva é intensificada pela ausência de floresta. A Floresta Amazônica influencia na regularidade de chuvas, através dos rios voadores que levam umidade da Bacia Amazônica para as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil, além dos países vizinhos como a Bolívia, Paraguai, Argentina, Uruguai e até mesmo no extremo sul do Chile.

Segundo pesquisa feita pela BRK Ambiental, os ventos alísios, que vêm da região equatorial do Oceano Atlântico, costumam trazer a umidade do oceano. Quando essa umidade chega na Amazônia, ela precipita em forma de chuva, que hidrata o solo e é absorvida pelas raízes profundas das grandes árvores.

Essas árvores são responsáveis por drenar a umidade e, por meio da transpiração, a devolvem para o ar. Assim, há um ciclo de umidade e chuva que se repete, e dessa forma as chuvas são levadas pelos ventos para outras regiões do país.

Com a intensificação do desmatamento, a floresta perde a capacidade de manutenção da umidade atmosférica e esse ciclo é interrompido. Portanto, os regimes de chuvas no Brasil dependem muito da Floresta Amazônica, pois é ela que emite a maior parte do ar úmido que se condensa em forma de chuva em outras regiões do país.

Segundo estudos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia/INPA, a floresta funciona como uma bomba d`água, pois uma árvore com copa de 10 metros de diâmetro pode bombear para a atmosfera mais de 300 litros de água em forma de vapor por dia. Uma árvore maior, com copa de 20 metros de diâmetro, pode evapotranspirar mais de 1.000 litros por dia, levando chuva para irrigar lavouras, encher rios e as represas que alimentam hidrelétricas no resto do país.

O CES Rioterra, através de projetos de reflorestamento, trabalha para recuperar matas ciliares e áreas degradadas da Amazônia, para restaurar as nascentes dos rios e ajudar na regularidade de chuvas. Já foram plantadas mais de 5,8 milhões de árvores em projetos de apoio a conservação da biodiversidade, combate às mudanças climáticas e a diminuição de vulnerabilidade social.

Projetos de reflorestamento de áreas degradadas e/ou alteradas da Floresta Amazônica fazem parte das ações do Centro de Estudos Rioterra para a Década da Restauração, movimento da Organização das Nações Unidades (ONU) em prol da restauração de ecossistemas em todo o mundo e da crença que reduzir as vulnerabilidades sociais contribui para a conservação da biodiversidade e combate à emergência climática na Amazônia.

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