Colaboradores do CES Rioterra palestraram no Dia Especial do café
O Dia Especial do Café, realizado pela prefeitura de Machadinho d’Oeste para compartilhar com produtores rurais do município informações sobre o cultivo do café, contou com a participação dos colaboradores do Centro de Estudos Rioterra, Felipe Ulchoa, coordenador de Extensão Rural, Adriano Ramos, Supervisor de Recuperação de Áreas e Geilton Costa, Extensionista Rural do município.
No encontro, realizado no dia 6 de maio no Sítio Nova Esperança, na área rural do município, os colaboradores do CES Rioterra palestraram sobre a “Utilização da cultura do café no Programa de Regularização Ambiental” para mostrar os benefícios sociais, econômicos e ambientais que o reflorestamento em arranjos agroflorestais pode gerar.
Felipe Ulchoa orientou os mais de 200 agricultores familiares presentes sobre a Legislação Ambiental, detalhando os meios e vantagens da recuperação das áreas de passivos ambientais da propriedade por meio do Sistema Agroflorestal.
“Regularizar ambientalmente a propriedade valoriza a área e gera muitos benefícios para o produtor, como a possibilidade de acesso a políticas públicas de fomento à agricultura familiar, programas de crédito e financiamento rural”, detalhou Ulchoa.
Adriano Ramos direcionou sua palestra para as questões técnicas sobre plantio, produtividade e benefícios socioeconômicos que a recuperação das áreas em arranjos agroflorestais podem gerar ao produtor.
“O objetivo do Sistema Agroflorestal (SAF) não é substituir as áreas produtivas, já que esse modelo não tem a mesma produtividade dos sistemas de monocultura plantada, e sim, mostrar que é possível gerar renda extra com a recuperação das áreas que, obrigatoriamente, devem ser destinadas apenas para fins de conservação e recuperação, através de arranjos agroflorestais. Tanto áreas consolidadas, como antropizadas”, detalhou Ramos.
Apesar de ser uma cultura muito difundida no estado, o café é uma cultura exótica que pode ser inserida em até 50% da área a ser reflorestada.
Em projetos de apoio à agricultura familiar de Rondônia, como o Plantar Rondônia, o Centro de Estudos Rioterra trabalha com quatro modelos de arranjos florestais. Em um deles, é possível plantar 50% de café, 20% de uma espécie nativa econômica e 20% de outra espécie nativa econômica, integradas com 10% de variadas espécies nativas florestais.
“Nesse modelo é possível inserir 740 pés de café clonal por hectare, que é o café doado nas ações do CES Rioterra, e nos 40% onde é permitido o plantio de espécies econômicas nativas o produtor tem a opção de plantar, por exemplo, açaí, pupunha, cacau e cupuaçu. Uma alternativa para regularizar ambientalmente a propriedade, atender as exigências do Código Florestal, preservar importantes serviços ecossistêmicos e ainda gerar renda extra, melhorando as condições econômicas e sociais de toda a família.”
Adriano Ramos
O Plantar Rondônia, projeto pioneiro no Brasil de apoio à regularização ambiental de propriedades da agricultura familiar na Amazônia, é realizado pelo Centro de Estudos Rioterra em cooperação com a Federação dos Trabalhadores Rurais de Rondônia, em parceria com a Secretaria Estadual do Desenvolvimento Ambiental (Sedam) e apoio financeiro do BNDES através do Fundo Amazônia.