Em 10 anos de história, o projeto Semeando Sustentabilidade já atingiu mais de 30 mil pessoas com ações de educação ambiental, cursos e capacitações, assistência técnica e extensão rural e doação de mudas. Em sua quarta edição, coleciona muitas histórias, uma delas é do seu Adalto Paiva, agricultor familiar de Cujubim, que começou a caminhar com o projeto ainda em sua primeira edição.
Ao longo desse tempo, assistiu 803 propriedades da agricultura familiar, distribuiu mais de 1,5 milhão de mudas de espécies florestais (cedro, castanheiras, ipês, entre outras) e para fins de geração de renda (como café, açaí, cupuaçu e cacau) e recuperou mais de 400 hectares diretamente.
Seu Adalto conta que o trabalho de recuperação de área realizado através do Semeando mudou não só a paisagem da sua propriedade, mas a forma da família trabalhar na terra. “Se fosse por conta própria, eu não teria plantado. Não é por não ter condições, mas é pela iniciativa, talvez eu não tivesse. Ofereceram as mudas e agora a gente zela, minha esposa, eu e meu filho. Com certeza eu não ia plantar naquela área se fosse sozinho”, revela.
Quase uma década depois, ele vê o resultado da iniciativa: o córrego, antes assoreado e que secava, agora não seca mais.
A doação de mudas é subsidiada por outras ações voltadas à recuperação de áreas degradadas, como as educação, que promove cursos, intercâmbios e acesso à informação sobre a importância da recuperação e preservação do meio ambiente, e extensão rural, que leva ao agricultor familiar técnicas agroecológicas voltada para o plantio, preparo do solo com adubos naturais e combate a pragas com recursos da própria propriedade, numa forma de reduzir a utilização de produtos químicos e promover a segurança alimentar das famílias.
Cristina Alves também é agricultora em Cujubim e faz parte da história do Semeando desde os primórdios. Hoje, ela diz, sua propriedade tem um pouco de tudo: “A gente plantou e valeu a pena”, conta ela, que toca uma agroindústria de polpa de frutas com o marido e o filho e abastece escolas, mercados e feiras da região. E as frutas que abastecem o negócio da família vem do próprio sítio, das mudas que ela plantou lá atrás, quando optou pela implantação do sistema agroflorestal, que possibilitou recuperar área, se adequar ambientalmente e gerar renda.
E ela não para de sonhar. “O próximo passo é comprar um carrinho. E seguir plantando”, conta com largo sorriso no rosto.
O projeto cresceu e transformou vidas. Dos resultados positivos, veio a necessidade de expansão. Além de Itapuã do Oeste, Cujubim e Rio Crespo, o Semeando passou a atender também agricultores de Candeias do Jamari e Porto Velho.
Para Alexis Bastos, coordenador de Projetos do Centro de Estudos Rioterra, instituição executora, o Semeando tem cumprido com o objetivo de melhorar a relação e o entendimento da sociedade local sobre a importância do uso equilibrado do ambiente para a manutenção do serviços ambientais. “Mas ainda há muito o que fazer e queremos expandir ainda mais nossos atendimentos e ações, chegar ao máximo de agricultores familiares possível”, finaliza.
O projeto Semeando Sustentabilidade tem patrocínio da Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental.