Conheça a comunidade Margarida
comunidade Margarida Localizada no Rio Pacaás Novos em Guajará Mirim, foi formada a partir da reservar extrativista do Rio Pacaás Novos, criada pelo Decreto Estadual n 6953 de 1995. Daniela Moreira, assessora especial para Gestão de Unidades de Conservação da Sedam, explica que a reserva foi idealizada para uma população tradicional que já vivia no rio Pacaás Novos, os seringueiros.
Essa é uma das populações mais antigas da região, a maioria, nasceu ali e tem mais de 50 anos de idade. “A comunidade era os seringueiros, um ano estava um seringueiro com a família no outro ano ele não voltava mais para aquela colocação, praticamente ninguém falava em comunidade”, contou Leônidas Orlando, morador da reserva há mais de 60 anos.
O seringal caracteriza-se por ser uma área de floresta com alta concentração natural de seringueiras nativas, embora com distribuição irregular na paisagem da floresta dividida em unidades de produção de borracha chamadas de colocações. As colocações são comumente constituídas por três estradas de seringa, com 200 a 300 árvores cada. Este arranjo permite a extração de uma média anual de 500 kg de borracha, em uma área que pode chegar a 540 hectares.
A reserva extrativista tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e cultura dessas populações tradicionais e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade.
O sustento destas populações se baseia no extrativismo e, de modo complementar, na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte. É permitida a caça de subsistência, e a exploração de recursos madeireiros é discriminada a partir de autorização específica prevista em plano de manejo florestal sustentável e em caráter complementar as demais atividades produtivas.
Escola João da Mata
A primeira estrutura da Escola Municipal João da Mata localizada na comunidade Margarida foi construída pelos moradores, com madeira de paxiúba e palha. Inclusive, o nome da escola remete ao morador que ajudou na construção. Depois de finalizarem a obra, os moradores pediram apoio da prefeitura para trazer um professor para assim iniciar as aulas.
Leônidas relata que antes só podia estudar quem os pais tinham condições financeiras para levar para a escola na cidade de Guajará Mirim. “Na minha época não se falava em escola no Rio Pacaás Novos, nem se pensava. Quem não tinha dinheiro para ir até a cidade se criava aqui mesmo sem aprender a ler”.
Atualmente a escola possui uma estrutura de alvenaria e houve inúmeras melhorias. Uma delas é a instalação do kit de energia solar, que foi possível através do projeto “Luz para Educação”. Os alunos agora tem acesso a benefícios que antes não eram possíveis por falta de energia estável, como o acesso a internet, uso de computadores, ventiladores, água gelada, merenda com proteínas diversificada etc.
O projeto Luz para Educação faz parte das ações do CES Rioterra em prol da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, idealizado pela Organização das Nações Unidas (ONU). O projeto tem por objetivo a diminuição de vulnerabilidade social, educação de qualidade, energia acessível e limpa e limitar as mudanças climáticas e seus efeitos.
O projeto Luz para Educação é idealizado pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam) e implementado pelo CES Rioterra com patrocínio do “Future Fund”, fundo capitaneado pela Coalizão Under2 e secretariado pelo The Climate Group.