Projeto ERA ajuda na diminuição de emissão de gás metano (CH4) e traz melhoria de vida para as agricultoras
Um dos benefícios gerados pelo projeto Energias Renováveis da Amazônia (ERA) é o biogás, produzido através do biodigestor. O atual cenário do Brasil e o aumento preço do gás de cozinha fez com que houvesse um crescimento significativo na procura por fogões a lenha.
Apesar da opinião comum de que a comida feita no fogão a lenha tem um sabor melhor, os problemas gerados pela fumaça liberada no cozimento dos alimentos causa riscos à saúde e ao meio ambiente. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) essa fumaça é prejudicial principalmente aos pulmões, gerando câncer, asma e tuberculose. Ela também afeta os olhos, podendo desenvolver cataratas e outras disfunções na visão.
O fogão a lenha tradicional não possui um filtro adequado. A combustão da lenha libera gases tóxicos e as pessoas do ambiente respiram o ar com essas toxinas. Erica Nunes, beneficiária do projeto ERA, conta que quando precisava usar o fogão a lenha, seu filho que tem problema respiratório, ficava doente. Como o botijão de gás durava apenas 20 dias, ela não tinha outra escolha, pois precisava fazer comida para a sua família. “Além da grande economia que o projeto me trouxe ainda ajudou na melhoria da saúde da minha família”, disse Erica.
A agricultora Keila Tavares, vende pamonha do milho que produz em sua terra, para complementar na renda de sua família. Para a produção da pamonha, segundo Keila, é necessário cozinhar o alimento por 3 horas. Por isso, ela usava o fogão a lenha para economizar no gás de cozinha. “Agora com o biogás eu não preciso mais me preocupar com lenha e nem se o gás vai durar o mês todo e ainda ganhei um fogão novinho para trabalhar”, disse Keila.
O biodigestor também gera o biofertilizante. Esse produto não é toxico e pode ser usado como fertilizante de solo e pesticida natural. É feito por meio do manejo de dejetos de gado e porco, o que ajuda na diminuição de emissão de gases de efeito estufa, pois o estrume do gado emite gás metano (CH4).
O gás metano é responsável pelo aumento das temperaturas, segundo o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). O relatório, sugere que entre 30% e 50% do aumento das temperaturas se deve a esse gás. A diminuição de emissões de gás metano pode dar ao mundo mais tempo para enfrentar as mudanças climáticas.
O CES Rioterra e a Misereor, instituição alemã, trabalham para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) com esse projeto, visando erradicação da pobreza, fome zero e agricultura sustentável, saúde e bem-estar, igualdade de gênero, energia acessível e limpa, redução de desigualdades e ação contra a mudança global do clima.