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Perdeu o seminário? Confira tudo o que rolou nos três dias de evento e assista às palestras e discussões

Mais de 700 pessoas, entre acadêmicos, pesquisadores, representantes do terceiro setor e entes públicos e privados, além de convidados, participaram das discussões em torno da “Articulação em Redes: Desenvolvimento e Conservação Frente às Mudanças Climáticas”, tema discutido durante três dias em Porto Velho na quinta edição do “Seminário Internacional Perspectivas Florestais para Conservação da Amazônia”, ocorrida no Teatro Guaporé. O evento foi uma realização do Centro de Estudos Rioterra, executora do projeto Semeando Sustentabilidade, que tem o patrocínio da Petrobras através do Programa Petrobras Socioambiental.

No total, foram 14 palestras e 13 instituições participantes, nacionais e internacionais que, em sua maioria, atuam junto às questões socioambientais na Amazônia brasileira, com foco no sudoeste da região – composto pelos estados de Rondônia, Acre, Amazonas e Mato Grosso.

1º dia
Articulações em Rede

Primeira mesa redonda: Articulações em Rede

As primeiras discussões do seminário giraram em torno das Articulações em Rede, tema da mesa redonda mediada por Mércia Britto, diretora-executiva do projeto Cinema Nosso (RJ), após as palestras “Desafios para a Amazônia até 2050 e a Importância das ações em Redes”, por Alexis Bastos, doutor em Geografia e coordenador de Projetos do CES Rioterra, e Redes de Articulação Brasil x Alemanha para Conservação e Garantia de Direitos, por Werner Würtele, representante do Latin America Forum, sediado em Berlim, na Alemanha.

Em sua palestra, Alexis apresentou perspectivas e desafios para Amazônia a partir de uma análise histórica e atual de diversos cenário, como o aumento populacional e necessidade de produção de alimentos e questões ligadas às mudanças climáticas, por exemplo. Dentre os desafios citados por Bastos, estão o desenvolvimento de formas de suportar as demandas geradas pelo crescimento populacional e produção de alimentos de forma que não reflita em desmatamento e perda de direitos dos povos da Amazônia. Confira a apresentação aqui.

O presidente do LAF, doutor Werner, falou sobre as ameaças e respostas quanto às mudanças climáticas, direitos, atores e redes e a rede de cooperação entre Brasil e Alemanha em sua palestra, a principal da noite. Falando em cooperação internacional, o especialista reforçou a importância de se intensificar o diálogo com a sociedade civil, apoiar organizações não governamentais e povos indígenas ameaçados, além de promover atividades econômicas, infraestrutura e monitoramento que garantam a sobrevivência desses povos nos seus territórios. Confira a apresentação aqui.

2º dia
Conservação da Biodiversidade

Mesa redonda sobre Conservação da Biodiversidade

A mesa redonda discutiu a “Conservação da Biodiversidade na Amazônia” com a participação do coordenador de Projetos da Ecoporé (RO), Marcelo Ferronato, do diretor Geral da SOS Amazônia (AC), Miguel Scarcello, do coordenador de Conservação de Ecossistemas do Ministério do Meio Ambiente (MMA – DF), Fábio Chicuta; com mediação da coordenadora Regional do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio (RO), Simone Nogueira.

Marcelo Ferronato falou sobre a “Agricultura Familiar e sua Importância para a Conservação da Amazônia” e apresentou um panorama geral do setor em Rondônia, a atuação da organização com este público e questões como as transição de sistemas produtivos convencionais para os agroecossistemas biodiversos, como os agroflorestais, sombreamento de pastagens, enriquecimento florestal e corredores de biodiversidade. Ele também trouxe à discussão alternativas socioeconômicas para o jovem do campo, como recuperar e conservar solos e fontes de água. Confira a apresentação aqui.

Já Miguel Scarcello apresentou um mapeamento geral das “Unidades de Conservação (UCs) do Sudoeste da Amazônia e seu Valor para a Conservação e Mitigação dos Impactos Climáticos”, uma vez que elas ajudam a estabilizar o clima, manter o regime de chuvas, proteger mananciais e estocar carbono. Ele apresentou, ainda, dados sobre a atuação da SOS Amazônia no Acre. Confira a apresentação aqui.

Fábio Chicuta, do MMA, falou das Contribuições de Políticas Públicas Federais para Redes de Articulação para Conservação da Biodiversidade da Amazônia Brasileira, levando em consideração, ainda, mecanismo mundiais de diálogo, como os acordos e convenções globais e a atuação do Brasil nestas questões por meio do MMA, como a implementação do CAR (Cadastro Ambiental Rural) e PRA (Programa de Regularização Ambiental) e fortalecimento de cadeias produtivas. Reforçou, ainda, a necessidade do fortalecimento da economia florestal por meio da distribuição justa de recursos e a manutenção da floresta em pé. Confira a apresentação aqui.

Desenvolvimento Econômico na Amazônia, Oportunidades, Mercados e a Inclusão de Novos Atores

Mesa sobre Desenvolvimento Econômico

Essa mesa redonda contou com a mediação do doutor em Geografia pela Universidade Federal de Rondônia (Unir), professor Adnilson Almeida da Silva, e participação dos palestrantes Plácido Costa, articulador do Pacto das Águas (MT/RO), Gustavo Silveira, coordenador do projeto Amazonas da Operação Amazônia Nativa (Opan – AM), e Paulo César Nunes, representante da Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena (Aderjur – MT), que dialogaram em torno das “Alternativas de Desenvolvimento Econômico da Amazônia”.

Plácido trouxe o exemplo de ações para o Desenvolvimento Econômicos de Povos Indígenas e Populações Tradicionais e, num panorama geral, apresentou dados dos projetos desenvolvidos em reservas extrativistas e terras indígenas para geração de renda através da Castanha do Brasil e a mudança de paradigmas na relação destes povos e o restante da sociedade. O articulador do Pacto explicou que o trabalho se inicia a partir de diálogos com as comunidades para estabelecer parceria com grupos de castanheiros e associações. Confira a apresentação aqui.

Paulo César Nunes falou da experiência das ações realizadas no Noroeste do estado do Mato Grosso – a Aderjur, iniciada há mais de 10 anos com o projeto de Poço de Carbono – para falar das “Redes de Povos da Floresta e Impactos para a Conservação da Amazônia”.

A estruturação da rede, ele conta, se deu com três instituições locais. Em 2019 já são 13 organizações comunitárias integradas, sendo oito associações indígenas – entre elas associações exclusivas de mulheres indígenas, e associações de mulheres agricultoras familiares de assentamentos que, segundo ele, reforça um trabalho ligado às questões de gênero, além de uma cooperativa que apoia a comercialização dos produtos. Confira a apresentação aqui.

Gustavo Silveira, da Opan, finalizou o segundo dia de evento falando da “Gestão Territorial Indígena”. Ele apresentou o trabalho “Manejo Participativo do Pirarucu nas Terras Indígenas Palmari e Rio Tapauá”, no Sul do Amazonas. Uma das principais ferramentas para implementação da Política Nacional de Gestão Ambiental e Territorial de Terras Indígenas (PNGATI), estabelecida pelo Decreto 7.747 de junho de 2012, são os Planos de Gestão, documentos elaborados pelos povos e comunidades indígenas com o apoio da Opan nesta região. Neles são definidas regras, acordos e necessidades dessas comunidades. Confira a apresentação aqui.

3º dia

Tecnologia: Desafios para Empregar seu Potencial de Informação para Mobilização Social

Mesa sobre Mobilização Social

Nesta mesa, os convidados representantes da Jabuti Filmes/Cinema Nosso (RJ), Mércia Britto e Luis Lomenha, do Instituto Federal de Rondônia (Ifro) Tatiana Gigliolla, e Energy Transition, startup alemã, apresentaram suas experiências com diferentes ferramentas e soluções criativas para problemáticas sociais, com a mediação de Thalles Gomes, representante da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico e Infraestrutura (Sedi) do Governo de Rondônia.

Mércia, diretora Executiva do Cinema Nosso, e Luis, diretor e fundador da Jabuti, dividiram o palco para compartilharem suas experiências com a palestra “Audiovisual como Ferramenta de Empoderamento e Luta por Garantias de Direitos”.

O Cinema Nosso é uma das maiores escolas populares da América Latina com mais de cinco mil jovens formados e, segundo Mércia, investe cada vez mais em tecnologia, com atividades voltadas para a produção audiovisual, realidade virtual e hackathon para produção de aplicativos e fortalece ainda mais a inovação na tecnologia social. Confira a apresentação aqui.

Luis trouxe a experiência da Jabuti, que tem como sua missão produzir experiências interativas para engajar indivíduos em conteúdos de impacto. Entre os projetos desenvolvidos, estão: 1) Gamificação Turística, que permite explorar territórios de um espaço cultural para encontrar animais ameaçados de extinção. Quem visita a exposição pode ganhar recompensas; 2) instalação imersiva e interativa Olubajé sobre a festividade de uma cultura milenar que utiliza técnicas estéticas e sensoriais numa experiência afrofuturista; e 3) Swipow, jogo que tem como objetivo conscientizar sobre a geração de energia sustentável para uso doméstico através de biodigestores. Confira a apresentação aqui.

Tatiana Gigliolla, representante do Ifro, falou sobre a Rede Inova de incubação de empresas de Rondônia, em palestra sobre a “Incubação de Tecnologias e o Potencial para Melhorar Aspectos da Conservação”. Ela falou sobre o processo de incubação de uma empresa, que parte da seleção de ideias, validação de oportunidades, desenvolvimento, implantação e ganho de escala. Este processo envolve, ainda, suporte tecnológico e prototipação, suporte a propriedade intelectual, modelos de negócios, mentoria, acesso a mercados e network (redes). Confira a apresentação aqui.

O representante a Energy Transition, Wagner Campos, apresentou o Biodigestor como alternativa para geração de energia renovável, por ser uma tecnologia de baixo custo e alta durabilidade, fácil instalação e que proporciona imediata economia doméstica. Além de auxiliar na redução de emissão de Gases de Efeito Estufa e conservação da biodiversidade por evitar o corte da floresta para lenha. Confira a apresentação aqui.

Amazônia e seu Papel na Mitigação de Impactos Climáticos

Mesa Amazônia e Mitigação dos Impactos Climáticos

A última mesa do evento foi mediada por Eliezer Oliveira, gestor Ambiental representante da Secretaria Estadual do Desenvolvimento Ambiental (Sedam) do Governo de Rondônia, num bate papo sobre a “Amazônia na Mitigação dos Impactos Climáticos” com representantes do CES Rioterra, Alexis Bastos, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Carlos Roberto Sanquetta, e Biofílica (SP), Caio Gallego.

Alexis falou sobre a “Importância do Carbono Estocado nos Solos para a Mitigação dos Impactos Climáticos na Amazônia”, uma vez que ele melhora a fertilidade natural e a estrutura física do solo, proporcionando melhor infiltração e armazenamento da água. Eles, explica Bastos, estocam mais carbono do que toda a vegetação e atmosfera somados. Nos trópicos, essa estocagem chega a ser duas a três vezes maior no solo do que na vegetação. Confira a apresentação aqui.

Caio Gallego apresentou os “Mercados Verdes e Pontes para Conservação da Amazônia” como tema. Entre as alternativas de negócios neste mercado o REDD+, sistema de atividades que visa a redução da emissão dos Gases de Efeito Estufa e pagamento de resultados por desmatamento evitado, foi apontado por Caio como alternativa diante da problemática do desmatamento na Amazônia, que cresce a cada ano. No Brasil, são 15 projetos de REDD, com uma média de área de 72.802 hectares com geração de créditos da ordem de 584.695 de toneladas por ano de carbono. No mundo todo, atualmente, são 70 projetos nestes moldes, num mercado que vem crescendo. Confira a apresentação aqui.

Por fim, a palestra do professor e pesquisador Carlos Sanquettta sobre a “Dinâmica de Carbono Associada às Formas de Uso e Ocupação dos Solos na Amazônia” foi responsável por encerrar o evento. Ele apresentou um panorama geral acerca do desenvolvimento e conservação mundial, levando em consideração os dados populacionais, consumo energético, a produção de alimentos e as áreas produtivas, relacionando às emissões mundial. Segundo o pesquisador, a mitigação florestal por regeneração e plantio misto são as mais importantes para combater as mudanças climáticas, devido a rápida estocagem de carbono proporcionada por elas. Além valorizar a floresta em pé, de promover o manejo florestal, plantar espécies comerciais para madeira, investir em Sistemas Agroflorestais, recuperar pastagens e, como consumidor, investir em produtos de madeira certificados. Confira a apresentação aqui.

Confira aqui a transmissão das palestras no YouTube e Facebook

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