Presidente do BNDES visita Rondônia para conhecer mercados de bioeconomia
A comitiva participou de reuniões com instituições públicas e privadas, e conheceu o projeto Plantar Rondônia
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, Gustavo Montezano, e um grupo de diretores e executivos do banco estiveram esta semana em Rondônia para conhecer as potencialidades do Setor Florestal e do mercado de Bioeconomia da região. Na ocasião, participaram de encontros com representantes de instituições públicas e da iniciativa privada, visitaram unidades de conservação e conheceram ações de fomento à restauração florestal já desenvolvidas na região.
Na última terça-feira, 5, a comitiva conheceu o Plantar Rondônia, projeto do Centro de Estudos Rioterra de apoio à regularização ambiental de propriedades da agricultura familiar, implementado com patrocínio do BNDES para agricultores de mais de 20 municípios de Rondônia.
A visita começou na RESEX Rio Preto Jacundá, onde conheceu o projeto de REDD+ e as ações de recuperação florestal. Na oportunidade a equipe discutiu com a equipe do CES Rioterra sobre as conexões entre bioeconomia e os benefícios da restauração, aspectos ligados a fixação de carbono e métodos de recuperação de áreas.
Pela tarde, o grupo esteve no Viveiro do Centro de Estudos Rioterra, em Itapuã do Oeste. Conheceram todo o processo de produção de mudas que, este ano, será de mais de 1 milhão de unidades para reflorestar quase 1.100 hectares nas 615 propriedades cadastradas para o reflorestamento no ciclo de plantio 2021/2022.
“Após passar uns dias em Rondônia e aprender um pouco sobre a realidade da região, pudemos confirmar que o Brasil tem todas as condições de ser uma potência agroindustrial e uma potência florestal e não tem qualquer dicotomia nisso. A convivência e coexistência dessas duas matrizes econômicas são muito importantes para uma fortalecer a outra. Estamos vendo um incremento de demanda substancial para ativos verdes e isso passa por agropecuária, por energias renováveis e por monetizar ativos ambientais como o projeto Plantar Rondônia, que está em total aderência com os propósitos do banco”, destacou Gustavo.
Durante a visita, a equipe do CES Rioterra também apresentou à comitiva do banco dados sobre o Plantar Rondônia, que tem como foco a adequação ambiental de propriedades rurais, através da recuperação de seus passivos ambientais para que estejam de acordo com o Código Florestal brasileiro, conectando essas ações a setores da bioeconomia e finanças verdes.
“A presença de diretores e executivos do BNDES em Rondônia sinaliza que a instituição financeira está olhando para as questões do setor de restauração florestal na Amazônia e representa uma nova janela para esse mercado na região Norte. Por sermos parceiros do banco há bastante tempo, nos sentimos lisonjeados em sermos essa vitrine, representando as organizações que trabalham com restauração florestal e fomento da bioeconomia em Rondônia”, comentou Alexis Bastos, coordenador de projetos do Centro de Estudos Rioterra.
Para compreender com mais profundidade todos os aspectos que envolvem os mercados de bioeconomia da região, a comitiva teve a oportunidade de conhecer também alguns agricultores familiares. São eles que representam a ponta da cadeia produtiva sustentável no estado.
Ailson Basílio Guerra, produtor rural em Itapuã do Oeste, fez questão de contar para a equipe do BNDES sobre o quanto a implementação de modelos de agricultura sustentável, onde a restauração e conservação florestal são o ponto de partida para o desenvolvimento econômico e social das populações da Amazônia são potencialmente lucrativas. “Nos três hectares reflorestados através do Plantar Rondônia em minha propriedade eu tenho várias espécies agrícolas plantadas entre as árvores nativas e, só em 2019, a colheita de banana rendeu R$ 42 mil reais de lucro para minha família”, explicou.
“Eu não conhecia o Viveiro do Centro de Estudos Rioterra e estou impressionado com a organização da produção e demais ações do projeto. O mercado de restauração florestal tem muito potencial, principalmente para propriedades com cadastros ambientais validados, e precisa de mais investimento em Rondônia. E acredito que é importante direcionar as ações de restauração para a recuperação de nascentes e cursos d’água por conta dos desafios hídricos que o país vem enfrentando”, observou Marcílio Leite, Secretário Estadual de Desenvolvimento Ambiental de Rondônia (SEDAM/RO), que acompanhou a visita da comitiva do BNDES no Estado.