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Projeto Agro Verde Reforesterra tem meta de recuperar 2 mil hectares na Amazônia

Ações de reflorestamento são implantadas pela Rioterra na sub-bacia hidrográfica do Baixo Rio Jamari em Rondônia

Diante do impacto dos eventos climáticos extremos, a preservação da Amazônia se tornou um grande desafio para a regulação do clima global. Como um dos biomas mais importantes do planeta, sofre com o impacto do desmatamento acelerado e ilegal. Fenômenos climáticos, como o El Niño, que aumentam as temperaturas das superfícies dos oceanos, também afetam a Amazônia, comprometendo os ciclos de chuvas e ocasionando seca. Os desmatamentos e as queimadas agravam ainda mais a situação, diminuindo a cobertura florestal e acentuando o clima seco.

Em Rondônia esses fenômenos também são percebidos. Para 2024, os alertas indicam uma seca intensa que deve durar até novembro. Todas as bacias hídricas do estado encontram-se com níveis abaixo da média em mesmo período de anos anteriores. A bacia do rio Jamari, essencial para a geração de energia hidrelétrica, abastecimento de cidades, irrigação agrícola e manutenção da fauna e flora regional é uma das áreas impactadas que precisa de imediata intervenção com recuperação florestal para garantir a manutenção dos fluxos e nascentes de água.

O projeto Agro Verde, implantado pela Rioterra em parceria com a Reforestaction, instituição francesa, é uma iniciativa de reflorestamento na bacia hidrográfica do Baixo Rio Jamari com a meta de recuperar 2.000 hectares em propriedades rurais de agricultores familiares (até 240 hectares) e médios proprietários. As áreas beneficiadas estão localizadas nos municípios de Alto Paraíso, Ariquemes, Candeias do Jamari, Cujubim, Itapuã do Oeste, Monte Negro e Rio Crespo. O projeto foi validado junto às certificadoras VCS+CCB (Padrão de Carbono Verificado e Comunidade, Clima e Biodiversidade, tradução dos dois acrônimos para  Português), o que permitirá a geração de créditos de alto valor e integridade. A região de abrangência do projeto foi escolhida por ser uma bacia importante para Rondônia com concentração de agricultura, pecuária, mineração e geração de energia. 

A presidente da Rioterra, Fabiana Barbosa Gomes – Doutora em Geografia (Paisagem e análise ambiental) pela Universidade Federal do Paraná – UFPR disse que o projeto Agro Verde proporciona aos agricultores familiares participantes a possibilidade de recuperar áreas de pastagens degradadas ao mesmo tempo em que permite a regularização ambiental da propriedade e gera pagamentos por serviços ambientais aos produtores, uma combinação de benefícios inovadora, nunca vista na Amazônia: “a regularização ambiental proporciona acesso ao mercado, cada vez mais exigente, e isso gera novas oportunidades de negócios e renda aos beneficiários. O que desejamos é o desenvolvimento sustentável de Rondônia de forma justa, oferecendo as melhores formas de restaurar as condições das bacias hidrográficas como forma de combatermos a crise hídrica. O aumento da resiliência das bacias, melhorias da qualidade da água e abundância trarão por si só benefícios aos produtores rurais, principalmente econômicos”, afirmou.

O que o projeto pretende 

O objetivo principal do projeto Agro Verde consiste no reflorestamento de 2.000 hectares em propriedades rurais de agricultores familiares (até 240 hectares) e médios proprietários com pastagens degradadas e desmatadas há mais de dez anos. Ao mesmo tempo, as ações ajudam a mitigar as mudanças climáticas através do reflorestamento, sequestrando carbono ao longo de 40 anos. No fator socioeconômico, as ações beneficiam a comunidade com geração de emprego nas etapas iniciais, melhora a adequação ambiental das propriedades rurais e o pagamento por serviços ecossistêmicos. 

O coordenador de Extensão Rural da Rioterra, geógrafo, Luiz Felipe Uchoa explicou que a recuperação das matas ciliares tem grande importância para os fluxos de água, servindo para proteger os mananciais e para dar vida aos rios. “Os resultados mostram que é possível mitigar os impactos causados devido à remoção dessa vegetação de margem de rios, evitando a erosão que causa assoreamento do leito, o que provoca a diminuição da disponibilidade de água”, explicou. Disse ainda que essa vegetação ciliar além de diminuir a velocidade das  enxurradas permite maior infiltração da água no solo, o que favorece o desenvolvimento das plantas. 

O que já foi realizado 

Até o primeiro semestre de 2024 as equipes de assistência técnica já realizaram 4.973 visitas em propriedades rurais na área de abrangência e foram identificados 1.050 áreas propícias para o reflorestamento conforme os critérios do projeto Agro Verde. A adesão nesse período foi de 56 proprietários rurais, totalizando 123,7643 hectares com restauração.

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