“Para que a bioeconomia na Amazónia deslanche e leve os benefícios às populações, é necessário investimento nas bases: o fortalecimento das estruturas de transporte, armazenamento, e comercialização, mas também na organização dos produtores, que eles se preparem e criem suas estruturas comerciais, porque caso contrário, o que temos é pessoas produzindo individualmente e quem fica com o lucro é o intermediário”, disse Alexis Bastos, coordenador de projetos e fundador do Rioterra. “O investimento e as políticas precisam focar nessa preparação”, disse.
A Rioterra foi convidada para participar da II Semana da Amazônia em Berlim, com um painel focado na bioeconomia que debateu como integrar as comunidades locais nas cadeias de valor e o papel dos conhecimentos tradicionais na Amazônia. Participaram, entre outros, Adevaldo Dias, do Conselho Nacional das Populações Extrativistas, Braulina Baniwa, da articulação Nacional de Mulheres indígenas e Emiliano Ramalho, diretor técnico do Instituto Mamirauá.Outras organizações incluíram Certi, UFPA, ASSOBIO, Imaflora e FINEP.
Foi um dia cheio, com quatro painéis dedicados à discussão da bioeconomia na Amazônia, com uma ampla representação de setores envolvidos na região e na Europa, e também dos principais bancos de desenvolvimento e investidores com projetos na Amazônia. Eles abordaram temas em torno dos desafios e oportunidades para o desenvolvimento real de uma socioeconomia na Amazônia.
Rioterra contribuiu com sua experiência como organização de base, envolvida com as comunidades de Rondônia e do sudoeste da Amazônia, com um papel chave na restauração florestal na região.
A primeira edição da Semana da Amazônia ocorreu em setembro de 2023, e contou com a participação da Rioterra. O sucesso do evento, tanto em público quanto em parcerias, motivou a realização desta segunda edição.
“Este é um momento muito importante para a Rioterra. Estamos prestes a celebrar nosso 25 aniversário, em 1 de outubro: são 25 anos de busca por soluções na Amazônia, com muitos aprendizados. Nesse período, a Rioterra conquistou seu lugar como um ator relevante na implantação de soluções para a conservação da biodiversidade, na redução das vulnerabilidades sociais e no combate às mudanças climáticas no sudoeste da Amazônia”, afirma Alexis Bastos.