Rioterra compartilha sua experiência em restauração florestal na Amazônia brasileira
Rioterra compartilha sua experiência em restauração florestal na Amazônia brasileira
Em entrevista à revista americana “EcoAmericas”, Alexis Bastos, Coordenador de Projetos do Centro de Estudos Rioterra, compartilhou experiências da organização ambiental em 23 anos de atuação na Amazônia brasileira implementando projetos de apoio ao desenvolvimento sustentável de comunidades tradicionais e da agricultura familiar através de ações de reflorestamento e conservação da biodiversidade local.
Entre os assuntos abordados na entrevista, Alexis destacou o plantio de mudas estar entre os métodos mais eficazes para o sucesso da restauração florestal de áreas degradadas na Amazônia e que, para a implementação das ações de reflorestamento do Centro de Estudos Rioterra, mais de 1.6 milhão de mudas são produzidas anualmente pela instituição.
“A Rioterra planta, basicamente, mudas de espécies nativas. Embora o plantio total seja o método mais caro, é o mais eficiente, com uma taxa de sobrevivência de 80% a 90% das espécies em comparação com 4% de taxa de germinação das sementes plantadas por semeadura direta”, explicou Alexis Bastos.
“Também auxiliamos a regeneração natural removendo gramíneas invasoras e plantando árvores em áreas parcialmente degradadas para ajudar a vegetação existente a se regenerar mais rapidamente”, acrescentou Bastos.
A entrevista aborda também as diferenças e semelhanças entre o reflorestamento de pequenas áreas degradadas em propriedades rurais e a restauração florestal em escala, implementada em extensas áreas públicas. Dos mais de 5.000 hectares reflorestados pelo Centro de Estudos Rioterra na última década no estado de Rondônia, cerca de 85% estão em propriedades da agricultura familiar e 15% em Unidades de Conservação do Estado com áreas ilegalmente desmatadas.
Na entrevista, Bastos falou também sobre a importância das pesquisas para quantificação de carbono fixado nas áreas reflorestadas e conservadas; a relação entre a existência de florestas e a disponibilidade de alimentos; e os compromissos firmados pelo Brasil na implementação de políticas ambientais internacionais.
Leia alguns destaques em português:
“Compreender a fixação de carbono no solo e na vegetação nos ajuda a escolher quais tipos de árvores nativas plantar e qual é o melhor método de restauração florestal.
“A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) diz que são necessários 120 milhões de hectares de terra adicional para produzir alimentos para uma população mundial em crescimento. Nós ajudamos o agricultor familiar a plantar árvores frutíferas entre espécies nativas”.
“O governo brasileiro precisa propor metas de restauração florestal ainda mais ambiciosas para 2030. Também precisa fornecer incentivos, como melhores isenções fiscais para pequenos proprietários que desejam reflorestar suas terras ou empresas que querem compensar suas emissões”.
A entrevista completa em inglês está na edição de junho e pode ser acessada por assinantes da EcoAmericas no site da revista: www.ecoamericas.com
Ações de apoio à agricultura familiar de Rondônia para a regularização ambiental de propriedades rurais, aliando conservação da biodiversidade e desenvolvimento socioeconômico para os produtores faz parte do Plantar Rondônia, projeto realizado pelo Centro de Estudos Rioterra em parceria com a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental de Rondônia (SEDAM) e apoio financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES)