Verão Amazônico: um perigo ronda nossas florestas
A temporada de seca este ano já chegou com índices recordes em queimadas
Os meses de junho a outubro são conhecidos pelo clima seco, com raríssimas pancadas de chuvas e temperaturas elevadas na região Norte do Brasil. É o período do chamado Verão Amazônico. Esta junção de fatores contribui para que os focos de queimada se espalhem, devastando a cobertura vegetal e causando muitos danos.
E a temporada de seca este ano já chegou com índices recordes em queimadas. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) indicam que em junho o número de incêndios na Amazônia foi o maior dos últimos 14 anos, com registro de 2.308 focos de calor, o maior índice para este mês desde 2007.
O clima seco e as altas temperaturas favorecem a propagação do fogo e dificultam as ações de combate, porém, a origem das queimadas na Amazônia é antrópica, ou seja, causada pela ação humana e, portanto, pode ser evitada.
Na região Amazônica, onde se concentra a maior diversidade biológica do mundo, queimadas naturais raramente fazem parte de sua dinâmica, pois a floresta tem clima tropical e é extremamente úmida. Sem a interferência humana não é possível o surgimento de pontos de calor naturalmente.
Em sua maioria, as queimadas na Amazônia são parte do processo de desmatamento. A vegetação é derrubada, mantida ao sol para secar e depois queimada como meio de limpeza da área para plantio de lavoura ou formação de pasto para criação de gado. E muitas dessas ações são feitas de forma ilegal.
E se o problema tem origem na ação humana, a solução está na conscientização e mudança de comportamento, por isso, os projetos desenvolvidos pelo Centro de Estudos Rioterra de apoio ao desenvolvimento sustentável de povos tradicionais e da agricultura familiar na Amazônia através do incentivo ao reflorestamento e a manutenção da floresta em pé, incluem ações de educação ambiental e monitoramento e análise da paisagem.
A difusão de conhecimento sobre os perigos e danos provocados pelas queimadas, que impactam o ecossistema amazônico nos aspectos econômico, social e ambiental, e o incentivo ao uso de alternativas ecológicas para evitar e substituir as queimadas fazem parte das ações de projetos como o Plantar Rondônia. O projeto é realizado pelo Centro de Estudos Rioterra em cooperação com a Ação Ecológica Guaporé, em parceria com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental de Rondônia e a Federação dos Trabalhadores Rurais de Rondônia, com apoio financeiro do BNDES através do Fundo Amazônia.
Abaixo, estão destacadas algumas informações sobre os impactos das queimadas. Confira e compartilhe com mais pessoas para difundirmos a conscientização sobre danos causados por queimadas na região.
No solo – a queimada elimina nutrientes e mata micro organismos fundamentais às plantas. Reduz a umidade e causa erosão. Influencia a queda na produção de alimentos e o avanço das mudanças climáticas.
Nos rios – as cinzas poluem nascentes e águas subterrâneas. Diminuem a capacidade do solo de absorver água das chuvas e causam desequilíbrio na retenção de água potável.
Na saúde – a fumaça contém elementos tóxicos e polui o ar. Aumenta a inflamação dos pulmões e pode causar alergias, pneumonia, insuficiência respiratória e problemas cardiovasculares.
Na Biodiversidade – a Amazônia abriga a maior diversidade biológica do planeta! Prática de queimadas contribui para a extinção de espécies da flora, destrói habitats naturais e compromete serviços ecossistêmicos.
No clima – queimadas aumentam a liberação de carbono fixado no solo e na vegetação, acelerando o aquecimento global e os impactos causados pelas mudanças climáticas.