Adalto Paiva é agricultor familiar do município da linha D86, em Cujubim. Na propriedade adquirida no ano de 1995 a renda vem basicamente da pecuária leiteira e de corte, mas recentemente optou por retomar a produção cafeeira.
Ele conta que, como de costume na época, logo ao adquirir a terra foi feita toda a derrubada para a formação de pasto e área para produção. O entorno do córrego, que já havia sido desmatada, foi novamente limpa. “Só que depois eu percebi que era necessário recompor, porque era uma área que estava assoreando muito. Ficava uma vala e o gado pisando só piorava ainda mais”, lembra ele.
No ano de 2010, quando conheceu o projeto Semeando Sustentabilidade, foi quando ele iniciou esse processo. “Eu já tinha aquele anseio de plantar, mas tinha a dificuldade de conseguir as mudas e o cercamento. Aí quando chegou a Rioterra, com as primeiras reuniões, não pensei duas vezes e já aderi, e foi quando a gente implantou a área”.
Dez anos depois a diferença na paisagem da propriedade é visível de longe. Com o crescimento das árvores, ele conta, começou a segurar mais o solo na beira do córrego e o assoreamento vem sendo contido. “Além disso, a água vem aguentando mais. No tempo de chuva fica bem cheio, em julho a água vai baixando, mas antes secava muito”, relembra.
Pensando no futuro
Adalto diz ter compreensão da importância de recompor e de pensar no futuro dos filhos, netos, do próprio planeta e estar atendo às mudanças do climáticas. “São áreas protegidas por lei, mas a gente também precisa ter a consciência, pensar no futuro. Os problemas já vêm acontecendo, como enchentes, calor…”, avalia o agricultor, que se diz orgulhoso do resultado gerado a partir da sua mudança de comportamento.
Segundo ele, antes não tinha cuidado com a questão ambiental, com as árvores, mas hoje é diferente. “Eu entro na mata para cortar um cabo pra ferramenta e penso muito bem pra não sair destruindo. Outro dia o vento passou, arrancou umas árvores e fiquei muito chateado”, conta sorrindo ao caminhar pela área implantada, onde aponta as espécies presentes, como castanheira, cedro roda, angico, ypê, jatobá, samaúma, algumas dessas já com novas mudas surgindo da regeneração natural.
Ao ver apontar uma cerejeira, ele aponta outro benefício, além do ambiental. “A casca dela é um remédio bom para a gripe, faz xarope, o mesmo com a casca do jatobá. Tenho uma farmácia no quintal”.
Para Adalto, o apoio que o projeto Semeando Sustentabilidade oferece aos agricultores é referência não só no município de Cujubim, mas em todo o estado. “Eu enalteço muito a Rioterra, inclusive nas reuniões, pelo trabalho que vem fazendo aqui no município desde 2010 e que vem crescendo”, finaliza.